Tulcea
Tulcea, que agora se afunda
nos braços da noite, deixa atrás de si
o rumor quieto das águas
e a oscilação calma dos barcos,
numa despedida do verão. Deixo
que a noite invada os rostos
e que a escuridão engula as vozes,
que cantam a nostalgia, sem nome.
Adormecerei neste lugar,
em que uma voz
antiga me desperta,
adormecerei, e pouco a pouco,
o mistério do tempo desvelará
as ocultas formas da noite,
num breve murmúrio do infinito.
Em breve cantarão as aves no porto
esperando-te, enquanto
deslizam velozes, madrugada adentro.
Luminescendo o dia.
Discípulos da madrugada
Que a sombra desça e nos tome
no seu mistério, em que tudo
é passagem e limiar, presença
furtiva e incandescente.
O rio flui e nele se submerge
o teu rosto, a tua voz,
talvez a memória de outros rostos
e de outras vozes
cruzando-se na dobra do tempo
aparentando-se na escuridão,
talvez não sejam senão destroços
de um antigo sonho
ou de uma visão em sobressalto
do eterno.
Maria João Cantinho, inéditos.
Marcos Mendes Pontevedra
BOA NOITE, PREZADA POETA!
TRABALHOS SUBLIMES, POESIAS DE MUITO BOM GOSTO, ARREMATANDO O LEITOR DE MANEIRA MISTERIOSA E DOCE.
PARABÉNS! SUCESSO!
SAUDAÇÕES,
MARCOS MENDES PONTEVEDRA
LikeLike