A Besta

De que tempo somos, agora

que a tempestade sopra de novo

e ao céu sobe este monte de ruínas

devastação anoitecendo o mundo

 

tenta lembrar-te de que lado

veio um dia o alerta, de que armário

saiu este cortejo de sombras

onde se gravou o que a história

deixou escapar, nas malhas do mito

 

para de novo retornar

a besta silenciosa, a que vigia

sem que as pálpebras lhe desçam

uma única vez. Silente

 

talvez estivéssemos nós, os do Sul,

embriagados pela torpeza do metal

e por isso ela moveu-se devagar

 

como se fosse cinza na minha memória.

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