
é na sombra deste dia, o último,
que suspendo o gesto, o meu gesto,
ainda que a luz se demore
sobre o teu olhar limpo.
Peço ao instante que páre
a ternura irrompe no olhar
que nos ilumina e não há uma palavra,
um verso que nos salve,
não há um nome que escreva este fogo
lento e doloroso, crescendo em nós.
Retenho a lava das palavras, o sonho
que se oculta na nossa voz,
de um limiar ao outro,
a passagem.
Maria joão Cantinho