Philosophica

Já está cá fora o número 37 da Revista Philosophica, editada pelo Departamento de Filosofia da FLUL, onde participo com um ensaio sobre Walter Benjamin, intitulado “Walter Benjamin e a história messiânica: contra a visão histórica do progresso”. Fica aqui a informação a quem interesse.

Resumo
Uma das problemáticas essenciais do pensamento benjaminiano é, precisamente, a questão da história. Numa época em que a tonalidade dominante é a ameaça da guerra e a destruição das ideologias, dos valores e ideais clássicos, em nome de uma desenfreada visão progressista e continuista da história humana, é preciso despertar do pesadelo da catástrofe da história. É esta que é responsável pela dissolução do conceito de experiência, alienando o homem e deixando-o desamparado e entregue ao vazio da experiência do choque, à fragmentação da narração e à perda da tradição. Recorrendo à tradição judaica da história, pensando e reconfigurando conceitos que lhe são intrínsecos, como o de catástrofe, messianismo, redenção, rememoração, Benjamin constrói (tal como Rosenzweig, Scholem e Bloch) uma teoria que possa operar uma desconstrução da continuidade da história, valorizando o objecto histórico, destacando-o do fluxo e salvando-o da catástrofe. Trata-se, assim, de um método destrutivo e violento, mas que visa restaurar uma visão da história que seja capaz de reparar as injustiças e o sofrimento humano. Mais do que histórica e temporal, essa nova ordem inscreve o sagrado na ordem profana, redimindo o acontecimento histórico e salvando-o no instante dialéctico.

Resumé

L’Histoire est une question essentielle de la pensée de Benjamin. À une époque où la couleur dominante c’est la menace de la guerre et la destruction des idéologies, des valeurs et idéaux classiques, au nom d’une débridée vision progressiste et continuée de l’histoire humaine, il faut réveiller du cauchemar de la catastrophe de l’histoire. Celle-ci c’est responsable par la dissolution du concept d’expérience, en aliénant l’homme et en lui laissant abandonné et délivré au vide de l’expérience du choc, à la fragmentation de la narration et à la perte de la tradition. En recourant à la tradition juive de l’histoire, en pensant et reconfigurant des concepts qui lui sont propres, tel comme le concept de catastrophe, de messianisme, rédemption, remémoration, Benjamin construit (comme Rosenzweig, Scholem et Bloch) une théorie que puisse opérer une déconstruction de la continuité de l’histoire, en valorisant l’objet historique, en détachant du flux et en lui sauvant de la catastrophe. Il s’agit d’un méthode destructif et violent, mais que vise la restauration d’une vision de l’histoire que soie capable de réparer les injustices et la souffrance humaine. Plus qu’historique et temporel, cette nouvelle ordre inscrit le sacré dans l’ordre profane, en rédimant l’événement historique et en lui sauvant par l’instant dialectique.

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