Do insustentável e da nossa culpa

Esta imagem olha-nos. São crianças de Alepo e a fotografia foi retirada do Jornal Público, de um artigo de Joana Amado. A cidade está debaixo de fogo sírio e russo, sendo controlada pelos rebeldes. Prepara-se um massacre de proporções medonhas, que atinge já e atingirá os cerca de 350 mil que não conseguiram fugir e que estão encurralados.

Nos últimos dias chegaram-nos as imagens da devastação apocalíptica de Homs, na Síria. Das multidões apinhadas na Turquia, em desespero e que não conseguem passar a fronteira, dos milhares que vão a caminho, tentando salvar-se.

O clamor xenófobo da Europa não cessa. As manobras da manipulação da extrema-direita, para denegrir os refugiados, também não. São confiscados, como acontece actualmente na Dinamarca, expoliados dos seus bens à chegada, as crianças que chegam sós tornam-se vítimas, à mercê da escravatura sexual e da prostituição.

E o que faz a Europa, em relação a isto? As Nações Unidas? São estas crianças o tal proclamado Daesh que a Rússia visava combater? A hipocrisia da Europa atingiu um nível alarmante. Por um lado, abre as portas aos refugiados, dando uma imagem de hospitalidade que não é verdadeira, com uma metodologia que lembra a organização nazi, mas, por outro, continua a pactuar com a destruição da Síria, com o financiamento de hordas de mercenários, na Síria e no Iraque. Cinco anos de hipocrisia, que permitiram o financiamento de rebeldes e abriram as portas aos mais sanguinários grupos, pactuando abertamente com a situação, até que as suas vítimas lhes bateram à porta. Mas isto não constava do programa da democrática e civilizada Europa.

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