Não procures

Não procures o verso grandioso
aquele que nos tolhe os passos,
a nós, que não somos senão animais,

embriagados de luz
na orla do sonho

Não queiras o saber que pesa
aquele que nos aprisiona o olhar,
a nós, que não procuramos senão
a epiderme do instante e a voz
do vento, em asa veloz.

Não queiras ser senão este animal
de seiva e olhos de fogo que nada sossega
olha como a sua pele repete
o segredo das estrelas
e o calor das savanas,
olha como o seu coração conhece
essa música que arde na noite antiga.

Não procures senão a sombra a ausência
O início do círculo, o que nos salva
A nós, que não somos senão animais,

embriagados de luz
na orla do sonho

Maria João Cantinho

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