Não procures o verso grandioso
aquele que nos tolhe os passos,
a nós, que não somos senão animais,
embriagados de luz
na orla do sonho
Não queiras o saber que pesa
aquele que nos aprisiona o olhar,
a nós, que não procuramos senão
a epiderme do instante e a voz
do vento, em asa veloz.
Não queiras ser senão este animal
de seiva e olhos de fogo que nada sossega
olha como a sua pele repete
o segredo das estrelas
e o calor das savanas,
olha como o seu coração conhece
essa música que arde na noite antiga.
Não procures senão a sombra a ausência
O início do círculo, o que nos salva
A nós, que não somos senão animais,
embriagados de luz
na orla do sonho
Maria João Cantinho
Leonardo B.
[até porque atrás dum horizonte, outro se acontece e o antigo se renova]
um abraço,
Leonardo B.
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PRA de Jorge Bernardo
Um poeta com instinto animal é efectivamente um poeta mais forte e mais livre, este poema faz-me sentir um animal embriagado de luz, entre os poemas que gosto há alguns que gostava que fossem meus, este é um deles.
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Maria João Cantinho
Muito obrigada pelos comentários. Unem-nos a poesia e os afectos, a liberdade do voo. mj
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