A tartaruga de Bob Wilson

Podemos ver nesta obra como a presença da memória e da cultura literárias consolidam uma poética que estabelece permanentemente um diálogo com obras e autores da literatura universal, com o cinema, além de uma atenção constante à observação do quotidiano. A palavra aparece aqui como «um movimento do coração» (Neves, 2018, p. 9) que procura dar conta de uma fidelidade ao real, como diz o poeta: «acompanhar o ritmo ser-lhe pontual/ eis o mais próximo que podemos ambicionar/ de uma ideia de permanência» .

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Alberto Pucheu: dizer, interrogar o (im)possível

Leitor voraz de filososofia e poesia antiga e contemporânea, num amplo espectro que vai de Platão a Agamben, Derrida Benjamin, Pucheu dialoga com o pensamento e a poesia clássicos, mas igualmente com a poesia contemporânea, fundindo géneros e registos vários que atravessam em ritmo torrencial o(s) poema(s). E essa torrente narrativa convoca o grandioso, o sublime, o menor, o trivial e o extraordinário numa escrita convulsa em que o múltiplo e a dialéctica, o paradoxo, se entrelaçam para nos dar a forma do poema essencialmente narrativo, numa fidelidade à vida.

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Desse mar que sempre recai na onda

Nesta biografia pessoal e literária, o seu autor oferece-nos facetas de um Goethe mais íntimo, mas também analisa a sua obra à luz do seu percurso de vida. Dá-nos conta daquele que foi um génio na sua época e que lavrou indelevelmente a literatura universal, cuja tradição humanista está hoje em franco declínio. Era a isso que aludia Benjamin a Scholem quando se referia à perda da tradição e à necessidade de reactualização dessa tradição humanista, numa carta em que usava uma bela metáfora: “um mar agitado, mas para a vaga (se a tomarmos como a imagem do homem) só há uma coisa a fazer, abandonar-se ao movimento para crescer até formar uma crista e tombar em espuma”.

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De um rio que se sonha e canta

842 A língua que falamos não é apenas uma fonte originária. É também uma respiração. É também um destino. Cada vez é a primeira e a última vez. Haverá mais rios mas só neste, e agora, me banho. E naufrago.   Já não me lembro em que momento mergulhei no leito deste rio que é a […]

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O número 1 da revista "Café com letras"

Uma nova revista de literatura

No dia 1 de Abril (e não é mentira!) nasceu uma nova revista de literatura lusófona, a revista Café com letras. Esta foi criada pela editora Nota de Rodapé e orgulho-me de ser a directora da mesma, o que se traduz numa imensa responsabilidade perante os leitores que nos acompanham. Deixo aqui as fotografias do lançamento da revista, […]

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Poemas do esquecimento

Publico agora o texto de apresentação do livro de Alberto Pereira, “Poemas com Alzheimer”. Mais vale tarde do que nunca. Este é o terceiro livro de Alberto Pereira, que já havia publicado anteriormente O áspero hálito do amanhã (2008) e Amanhecem nas rugas precipícios (2011). Conquistou, com a sua obra, vários prémios literários, que, modestamente, […]

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